Na abordagem inicial, a colocação do
OTSC englobando o orifício revelou-se impossível, por um lado devido ao acesso difícil à extremidade da ansa cega, por outro devido ao elevado grau de fibrose e rigidez dos tecidos do orifício, impossibilitando a mobilização dos mesmos, quer por sucção quer por tração. Optou-se então por proceder à aspiração circunferencial da mucosa sã da ansa jejunal alguns centímetros a montante do orifício fistuloso, com posterior aplicação do clip. No final, o OTSC aparentava estar bem posicionando, com oclusão completa do lúmen da ansa cega (fig. 2b e 2 c). O procedimento decorreu em check details escassos minutos sem complicações imediatas. Subsequentemente, o doente apresentou melhoria franca dos parâmetros clínicos e laboratoriais, com reversão pronta do quadro de sépsis e falência orgânica. Cinco dias após a colocação do OTSC a avaliação por TC demonstrava a resolução da fístula transdiafragmática e diminuição das coleções líquidas intra-abdominais. O exame contrastado não identificou sinais de extravasamento a nível do coto da ansa jejunal (fig. 1d). Foi possível retomar a alimentação per os ao 8.° dia, tendo o doente tido alta ao 29.° dia. A reavaliação imagiológica e endoscópica (fig. 3a) à 17.a semana demonstrou a resolução completa das coleções abdominais e a persistência do OTSC. Ao nono mês de seguimento,
o doente this website realizou metastasectomia após identificação
de 2 lesões nodulares (segmentos VI e VII) compatíveis com metástases hepáticas. Neste momento, o doente apresenta 24 meses de follow-up, encontrando-se a realizar protocolo de quimioterapia (trastuzumab, cisplatina e capecitabina) por evidência de metastização pulmonar. Vinte e quatro meses após a colocação do endoclip, realizou reavaliação endoscópica que evidenciou ausência do OTSC e encerramento completo do coto da ansa jejunal (fig. 3b). A cirurgia é a única modalidade terapêutica que oferece possibilidade de cura da neoplasia maligna gástrica avançada. A gastrectomia total é o procedimento de eleição em tumores do estômago proximal. Este tipo de cirurgia Thymidylate synthase apresenta elevada complexidade, com considerável taxa de mortalidade e de complicações. A deiscência pós-cirúrgica, habitualmente anastomótica, é uma das complicações mais temidas, podendo ocorrer em 0,7-9,3% dos doentes1, 2, 3, 4, 5 and 6. A deiscência do encerramento do coto da ansa jejunal na montagem em Y de Roux não tem sido individualizadamente descrita na literatura, facto que também torna invulgar o caso agora descrito. A mortalidade associada a deiscência de cirurgia abdominal pode atingir os 30%1. Está descrita a importância da experiência e especialização das equipas cirúrgicas, não só como fatores importantes na diminuição da mortalidade e morbilidade, como também no manuseamento das possíveis complicações25.